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  • Foto do escritorPamella de Andrade Ferreira

As plantas bioativas e o paisagismo ambiental

Atualizado: 10 de out. de 2022




As plantas bioativas são aquelas espécies vegetais que possuem alguma ação sobre outros seres vivos e cujo efeito pode se manifestar tanto pela sua presença em um ambiente, quanto pelo uso direto de substâncias delas extraídas, desde que mediante uma intenção ou consciência humana desse efeito.¹


Essas plantas podem ser classificadas em diferentes grupos, dependendo de sua composição química e do efeito proporcionado, podendo assim ser consideradas alimentícias, medicinais, condimentares, aromáticas, inseticidas, ou até mesmo fitorremediadoras de ambientes contaminados.


A contribuição das plantas bioativas nos projetos paisagísticos pode se dar através de múltiplos propósitos, sendo possível revitalizar ambientes e criar paisagens belas e harmoniosas, ao tempo que se proporciona serviços ecossistêmicos, estimula a inter-relação ser humano-natureza e colabora diretamente no resgate cultural e na busca da sustentabilidade no meio urbano.


Nesse contexto do paisagismo ambiental, que prioriza as relações ecológicas e o uso racional e sustentável dos recursos naturais, é possível consorciar espécies de diferentes cores, odores, texturas e funcionalidades, transformando o espaço em uma paisagem biodiversa, harmônica, dinâmica e interativa.


Escolher as plantas que melhor se adaptam no ambiente é essencial, por isso listamos alguns exemplos de espécies bioativas e nativas de diferentes extratos.



Pata-de-vaca ou Mororó (Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud)



A pata-de-vaca é uma árvore de pequeno porte nativa da Caatinga e do Cerrado. É reconhecida pelas suas folhas que lembram o formato de uma pata de bovino, suas flores brancas vistosas e frutos do tipo legume. Possui propriedades anti-inflamatórias, hipoglicemiante, sedativas, antiparasitárias e é utilizada no tratamento de distúrbios digestivos, asma e tosse.

Pode ser utilizada em programas de recuperação de áreas degradadas, por auxiliar na recuperação dos solos, combatendo a erosão e enriquecendo o solo com nitrogênio.




Flor-de-cardeal (Ipomoea quamoclit L.)



A flor-de-cardeal é uma trepadeira anual de porte arbustivo, apresenta flores pequenas tubulares de coloração vermelho escarlate, que atraem borboletas e beija-flores. É ótima para ser cultivada sob sol pleno ou meia-sombra e em estruturas leves, como treliças, grades e arcos.

Apresenta potencial alimentício e medicinal, sendo constatada a ação depurativa, analgésica e calmante.




Penicilina ou Perpétua (Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze)



A penicilina é uma planta herbácea e ereta, nativa das regiões tropicais das Américas. Apresenta folhas lanceoladas de tom vermelho-arroxeado e inflorescência discreta de cor branca.

É uma planta rústica, com rápido crescimento, podendo formar uma bela forração nos jardins, que contrasta com o verde da paisagem. Deve ser cultivada sob sol pleno ou meia sombra e em solos com boa umidade.

Possui propriedade antibiótica, analgésica, anti-inflamatória e depurativa.




Cana-do-brejo (Costus spiralis (Jacq.) Roscoe)



A cana-do-brejo é uma planta herbácea, perene, nativa da América do Sul. Apresenta folhas grandes de coloração verde-escuras dispostas em espiral e inflorescências terminais e fusiformes, com brácteas de coloração vermelha e flores que podem ser róseas, brancas ou vermelhas.

É uma espécie rústica, mas que requer bastante umidade e calor.

Apresenta potencial medicinal, sendo usada principalmente para beneficiar a saúde dos rins.




¹ Finckler, Matheus; Giehl, Carlo Juliantro; Rolon, Ana Silvia; Camargo, Nathalia de Oliveira Telesca; Guatimosim, Eduardo. Extratos de plantas bioativas como alternativa para o controle da mosca branca na cultura do tomateiro. Extensão Rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar - Volume 2, Editora Científica Digital. 2021.
Disponível em: <https://downloads.editoracientifica.org/articles/210303468.pdf>

Ferreira, Priscila Porto Alegre. O gênero Ipomoea L. (Convolvulaceae) no Rio Grande do Sul. 2009.
Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/26268/000698575.pdf;jsessionid=5B0478BD18287FCA4AE0893C069DC5C5?sequence=1>

NEMA. Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental. Espécie do mês: Mororó.
Disponível em: <https://nema.univasf.edu.br/site/index.php?page=newspaper&record_id=55>

Patro, Raquel. Jardineiro.net. Disponível em: <https://www.jardineiro.net/>


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